Prudentão precisa de reforma para receber os times que não pretendem jogar lá após a reforma
13/03/2019Prudentão permanece como a casa do futebol amador na cidade
O Estádio Municipal Paulo Constantino, carinhosamente chamado de “Prudentão”, foi palco de grandes clássicos do futebol nacional nas décadas de 1990 e 2000, atraindo multidões de torcedores de toda a região e até dos vizinhos do Paraná e Mato Grosso do Sul. Os tempos, no entanto, eram outros. Dois dos principais clubes do Estado – Corinthians e Palmeiras – ainda não ostentavam suas luxuosas arenas e costumavam enviar para cá algumas de suas partidas.
Desde 2012 não há mais interesse dos grandes times em trazer a Prudente seus principais jogos, e com a desistência do Grêmio Prudente em participar do Campeonato Paulista da segunda divisão, não há previsão de jogos profissionais na cidade neste ano. Quem reflete sobre esse cenário, pode ser induzido a pensar que o Prudentão está “abandonado”. Este raciocínio é, no mínimo, equivocado, pois nunca o estádio foi tão utilizado quanto nos dois anos de gestão do prefeito Nelson Bugalho, sobretudo pelo esporte amador, que é responsabilidade do poder público. E os números comprovam isso.
Em 2017, ocorreram 55 eventos no local, média de mais de uma atividade por semana. Já no ano passado, foram 44 agendamentos. Para se ter uma ideia, de 2009 a 2016, houve 99 eventos naquela praça esportiva – uma média de apenas 12 por ano.
Os números já são suficientes para corrigir inverdades sobre suposto “abandono” do estádio, o que em nenhum momento esteve nos planos da administração municipal. É importante ressaltar ainda que o município investe cerca de R$ 200 mil por ano no pagamento de vigias, caseiros, o custeio das despesas fixas do estádio – contas de água, energia e telefone, por exemplo – e a manutenção do gramado, que está em perfeitas condições para a prática esportiva.
A administração municipal reconhece que o estádio carece de melhorias em parte das arquibancadas, vestiários e em algumas áreas externas. Para a execução de toda essa reforma, seria necessário cerca de R$ 1,8 milhão.
“Diante desse cenário, fica o questionamento: compensa retirar quase R$ 2 milhões do orçamento da Saúde, da Educação, da Assistência Social, para aplicar na reforma do Prudentão?”, indagou Nelson, em visita ao estádio na manhã desta terça-feira (12/03).
“O Prudentão hoje está à disposição do esporte amador. E se por acaso algum time que atue em nível profissional queira utilizar o estádio, nós faremos as regularizações necessárias para que isso seja possível. Não é o momento, não há necessidade e, sobretudo, não há recursos disponíveis para aplicar tanto dinheiro nessa reforma, sacrificando áreas prioritárias do município”, declarou Nelson.
Ao se comparar o montante necessário para reforma do Prudentão com outras obras de extremo valor social, tem-se a real dimensão da inviabilidade da obra, na atual situação financeira do município.
O valor seria suficiente, por exemplo, para manter uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas por mais de dois meses, construir duas unidades do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) ou uma unidade escolar de educação infantil ou fundamental.