Linn da Quebrada faz show no Sesc Thermas que celebra respeito aos corpos
29/03/2019
Venda de ingressos começa nesta terça-feira (2), no portal Sesc e quarta-feira (3), na Central de Atendimento; sob classificação etária de 18 anos.
“A minha pele preta é meu manto de coragem impulsiona o movimento”. O trecho da música Bixa Preta, da artista Linn da Quebrada, é um pedido de respeito aos corpos e suas possibilidades de transformação e está presente no álbum Pajubá, trabalho mais recente da Mc, que é apresentado por ela no Sesc Thermas de Presidente Prudente dia 11, quinta-feira, às 20h30.
Nascida no interior de São Paulo em 1990, a artista multimídia e ‘bixa travesty’, como se define, Linn da Quebrada encontrou na música mais um espaço de luta pela quebra de paradigmas sexuais, de gênero e corpo. Após o lançamento do hit “Enviadescer”, em 2016, não parou mais.
Em outubro de 2017, por meio de uma campanha de financiamento coletivo, lança “Pajubá”, seu disco de estreia. Com direção musical de BadSista, o álbum, com 16 faixas no total, foi produzido por Nelson D, Carlos NuneZ, Vincenzo e Diego Sants, responsável também pela mixagem, e não abre mão do funk brasileiro, origem sonora de Linn desde 2016.
“O que eu mais gosto em Pajubá é porque o papo é reto, não é fofoca”, relaciona a produtora BadSista. “A Linn tira onda de um jeito só dela e reforça isso da gente ser como a gente é. Ter dirigido esse álbum foi um processo libertador: pra mim, pra ela e, acredito eu, para todos que participaram dele de alguma forma”, destaca.
Gravado no Estúdio YB Music, em São Paulo (SP), o disco traz a tona questionamentos às definições de gênero, raça e classe definidos pela sociedade. “Eu falo de mim, mas em essência falo também de várias questões ligadas ao feminino e ao que sinto dentro da comunidade LGBT. Solidão, erro, afeto, corpos preteridos, eu queria um novo vocabulário pra tudo isso”, discorre Linn.
“Minha música é o jeito que eu encontrei para sustentar em mim a força desse feminino e ao mesmo tempo provocar um novo imaginário e novas potências para corpos feminilizados. Estivemos sempre de joelhos dobrados nessa sociedade, senão diante da oração, da ereção. Em Pajubá eu refaço tudo isso: tiro o macho do centro e dou o foco total aos corpos de essência feminina e a seus desejos”, completa a artista.
A música e a ‘cena LGBT’
Embora Linn da Quebrada seja sinônimo de presença, autoconfiança e resistência frente aos padrões, sobretudo na música, nem sempre foi assim.